
Apesar do depoimento da jovem em seu perfil no Facebook, dizendo que foi estuprada pelo segurança na festa The Box-Reveião, no Setor de Clubes Norte, a Polícia Civil diz que não há provas para pedir o indiciamento porque o relato da estudante não foi confirmado durante a investigação. "Testemunhas ouvidas indicaram que houve um prévio envolvimento das partes ainda dentro da festa e que o casal em questão deixou a festa de mãos dadas, fato que se contrapõe à versão apresentada pela vítima", diz o documento de conclusão do inquérito, cuja investigação ficou sob responsabilidade da Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam).
Segundo o texto publicado na internet, a estudante disse que teve medo e se sentiu coagida a acompanhar o segurança por representar a “autoridade” do evento. Em entrevista ao Correio, a jovem afirmou só ter percebido a violência do ato horas depois. “Foi quando a ficha começou a cair, me dei conta do que tinha acontecido de verdade, de que não tinha sido consensual.”
Em nota, a Polícia Civil afirma que, em diligências realizadas durante a investigação, Wellington foi ouvido e confirmou a relação sexual, porém, deixou claro que ocorreu de forma consentida. A jovem havia declarado que estava embriagada, sem condições de evitar a violência, mas a Deam destacou que “a vítima foi submetida a exame de corpo de delito, em qual não foi possível constatar a incapacidade de reação”.
A Polícia Civil diz que “diante da ausência de indícios suficientes de materialidade, não houve indiciamento no inquérito, e diante do encerramento das diligências na esfera policial, o procedimento foi encaminhado ao TJDFT e ao MPDFT”.
A ação segue agora para o Ministério Público do Distrito Federal (MPDFT), que pode arquivar o caso, solicitar novas diligências ou denunciar o segurança à Justiça, se discordar da avaliação dos delegados que conduziram o inquérito.
Com informações de Amanda Carvalho e Camila Costa.